The original Brazilian people preserve an ancient artistic tradition that draws attention for the way it combines functionality and beauty: the manual manufacture of wooden benches, carved directly from tree trunks and decorated with natural pigments and ornaments. They
are very varied pieces, produced by different ethnic groups, but all of them exquisite objects of art and design, and which still preserve the religious and symbolic dimensions of the beliefs of each people. The exceptionality of these pieces of art is brought to light by a documentary film that, in addition to presenting this little-known section of the art of Brazilian indigenous peoples, reveals yet another surprising layer: the similarities between this millenary tradition and another equally ancient culture, the Japanese. . Xingu/Tokyo: an ancestral connection presents an unexpected and uncontested approximation between two worlds, that of the indigenous peoples of the Xingu and the Japanese, as it walks through aspects of both traditions. According to Toyojiro Hida, Director General of the Metropolitan Teien Art Museum in Tokyo, there is a mythology according to which all Japanese people come from a single origin and, therefore, Japanese art is one. However, when discovering Brazilian indigenous benches, Hida challenges this theory: these indigenous objects are proof that distant cultures can share a common essence. PT O documentário Xingu-Tokyo: Conexão Ancestral registra a abertura da mostra “Bancos dos Povos Indígenas Brasileiros: Imaginação Humana e Fauna Selvagem”, que ocorreu no Museu Metropolitano de Arte Teien de Tóquio entre junho e setembro de 2018 com os bancos da Coleção BEĨ, aprofundando as discussões que apresenta em depoimentos de artistas indígenas e de artesãos e estudiosos japoneses. Dirigido por Marisa Moreira Salles, Tomas Alvim, Pedro Jezler e Rafael Costa*, Xingu-Tokyo: Conexão Ancestral fala de ancestralidade, arte e identidade ao mesmo tempo que celebra a sofisticada cultura dos povos originários brasileiros. O documentário contrapõe a esse registro cenas da aldeia Kaupüna, Território Indígena do Xingu, entrevistando artistas e mostrando a fabricação dos bancos desde a escolha das madeiras até o acabamento final, expondo as técnicas e ferramentas utilizadas, as pinturas com grafismos típicos e a simbologia que os atravessa. Alternando-se entre esses dois universos, XinguTokyo: Conexão Ancestral propõe documentar a revelação dos bancos indígenas brasileiros, para os artistas que os produzem e para o mundo, como obras de arte. Com esse intuito, o filme evidencia uma proximidade tão inesperada quanto incontestável entre o mundo dos povos indígenas do Brasil e o Japão. Os pontos de contato entre essas culturas – ambas ritualizadas, animistas, permeadas pela reverência à tradição e a abertura para o novo – vão sendo revelados pelos depoimentos de Toyojiro Hida, diretor do Museu Teien, Shuji Nakagawa, importante artesão japonês, Mayawari Mehinaku, artista xinguano, e Toyo Ito, arquiteto laureado com o Prêmio Pritzker em 2013 que assinou a expografia da mostra. |